quinta-feira, 13 de junho de 2013

Apresentação dos Professores

Externato Vouga
Cinquentenário da sua Fundação



Apresentação dos Professores
Olá a todos!
Muitos de nós já não se vêem desde o século passado, possivelmente. Estais com bom aspecto, revelais sucesso! Tivestes bons professores! Que vos orientaram e ensinaram os caminhos da vida e o modo de os percorrer.
Mas o motivo porque aqui estamos não é exactamente para falar de vós, ou de nós, mas sim razão bem mais importante - desculpem lá a franqueza !
Pois é, coube-nos a honrosa mas difícil missão de falar dos nossos professores, enquanto antigos alunos do Externato do Vouga, desafio que aceitámos de bom grado, embora plenamente conscientes da enorme responsabilidade de que o mesmo se revestia.
É, portanto, com grande preocupação mas enorme satisfação e regozijo que iremos tecer algumas considerações acerca dos nossos professores, pois é também por eles que aqui estamos e é, também, para eles que organizámos esta modesta comemoração.
Posto isto, chegou o momento de, todos juntos, revisitarmos o passado, já um pouco longínquo, dos anos sessenta.
Relembremos alguns fragmentos da história de todo o processo que conduziu ao início da actividade lectiva do nosso Colégio, em 1963.
Estruturada a ideia de dotar o Concelho de um estabelecimento de ensino que possibilitasse aos jovens da terra prosseguir os estudos, junto das suas famílias, e ultrapassados que foram alguns problemas logísticos, nomeadamente os financeiros, necessário se tornava demonstrar à Tutela da Educação que este projecto ambicioso, era importante para a região, bem estruturado e detentor de credibilidade pedagógica  inquestionável.
Para dar força a estes pressupostos, houve necessidade de dotar o Colégio de uma Direcção Pedagógica consistente, de qualidade  indiscutível  e credibilidade acima de qualquer suspeita.
Por isso, não podemos deixar de evocar a Sra. Dra. Lucinda da Conceição Gomes de Figueiredo Bastos que, sendo Professora de elevada craveira intelectual e directora de um estabelecimento de ensino em Lisboa, se dignou emprestar o seu nome, os seus conhecimentos e o seu  prestígio à “nossa” causa, assumindo a direcção pedagógica do Colégio, e concedendo, dessa forma, os argumentos necessários para validar e legalizar o funcionamento do mesmo.
E a seguir?
A seguir viria a necessidade de construir um corpo docente condigno para desempenhar todo o processo de ensino que uma recém criada turma exigia.
Sever do Vouga era, então, uma vila carenciada, distante dos centros urbanos mais desenvolvidos, encastoada numa serra com maus acessos, não se tornando local apelativo para atrair profissionais de fora da região.
Por isso, houve que lançar mão de algumas personalidades radicadas no Concelho que, embora profissionais de outros ramos de actividade, detinham formação académica para leccionar as disciplinas dessa 1ª turma.
E, assim, se constituiu o primeiro corpo docente do Colégio, tendo na sua composição:
1 – Dr. Dario Silva
2 - Dr. David Dias Cabral, que acumulava funções lectivas com as de Presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga
 3 – Eng.º Manuel Barrigas Correia de Azevedo  
 4 – Dr. Manuel Ferreira Caiado, veterinário de profissão
 5 - Padre Tomás Marques Afonso
Mas a constante perseguição de um ensino de qualidade, aliada ao aparecimento de novas turmas e novos anos de escolaridade, obrigou a adaptar e estruturar o corpo docente, tornando-o mais consentâneo com as exigências de um ensino que se pretendia dinâmico e inovador.
E, assim, ao longo dos anos de vida do nosso colégio, o corpo docente foi recebendo novos professores, das mais diversificadas áreas do Saber.
Sendo impossível falar de cada um de “per se”, dadas as limitações de tempo que nos foram impostas e, também, porque não queremos ser enfadonhos, convidamos-vos a rever e relembrar os seus nomes, os quais estão espelhados neste diapositivo.


Não podemos deixar de lembrar o que cada professor nos ensinou: desde a Matemática ao Desenho, passando pelo Português e o Francês, a História e a Geografia, as Ciências da Natureza, o Inglês, a Física e a Química, a Ginástica, o Canto Coral, a Religião Moral e os Lavores.
Com os nossos professores aprendemos a história das vidas e das vidas sem história, as conquistas, as guerras e a paz; a linguagem dos números, dos “primos” e de todos os outros, que também são gente; as equações, as fracções, as potências e as (im) potências, o zero à esquerda e à direita, o tangível, a ínfima parte e o expoente máximo; a magia das letras, o sentido das palavras, as composições, as figuras de estilo, as preposições, a métrica e a rima; as transcrições, a fonética, os fonemas, os grafemas, a língua mãe, as canções dos festivais, o indizível e o que se diz, em vários idiomas falados ”bonjour, comment allez vous?”, “good morning, how are you?”, as declinações e as retroversões; o mistério da vida, a célula, o gâmeta, o óvulo e o ovo, o embrião, a fauna e a flora, a seiva bruta e a elaborada, os tubérculos e os bolbos, a função clorofilina; a física da matéria e a física do físico, as curvas e contracurvas, a resistência, a velocidade da luz, o visível e o invisível, o átomo, os elementos, os solutos e os solventes, as fórmulas químicas, a química das emoções; os músculos, bem ou mal torneados, as hormonas “aos saltos”, os saltos em altura, as cambalhotas, p´ra frente e p´ra trás, as cambalhotas da vida; os pontos cardeais, os mares, os astros, o céu sem ser limite, o firmamento, a Via Láctea, o infinito; as cores, as formas, o belo, o estilo, a estética; o sentido das coisas, a mística, o sobrenatural, o concreto e o abstracto, o real e o surreal, o intelecto, o pensamento, a abstracção, a moral e o imoral, o ponto pé de flor, as rendas do enxoval, as pautas, o solfejo, as semifusas, as colcheias, as claves e tudo, tudo o mais, em afinação total!
Para aqui chegar, quanto houve que aprender!
Para aqui chegar, muito houve que ensinar!
Com os nossos professores, fomos crianças, brincámos, descobrimos o mundo às cores, fomos adolescentes, sofremos os desamores, vivemos inquietações, fomos estudantes, seres pensantes, observámos a vida, estruturámos ideias, desenvolvemos conceitos, aprendemos o racional, crescemos, construímos pensamentos, sedimentámos saberes, tirámos conclusões, elevámos a moral!
Com os nossos professores fomos gente, meus Senhores!
Os nossos professores foram Mulheres e Homens com virtudes e fraquezas, como também hoje somos. Ensinaram-nos matérias técnicas mas, também, lições de vida, comportamentos, educação, atitude, conduta, prazer, sofrimento e luta!
Confortaram-nos nas horas más, sofreram os nossos revezes, animaram-nos nas fraquezas, exultaram com nossos êxitos, apontaram-nos os caminhos, ajudaram-nos a Crescer!
Os nossos professores foram Estímulo, Ideal, Bandeira, Exemplo, Norte, Caminho, Estrela, Chama e Luz!
Para eles vai o nosso carinho e a nossa  imensa gratidão!
É neles que nos revemos, são aqueles que admiramos, por quem temos amizade, aqueles de quem gostamos e de quem sentimos saudade…

Pedimos uma salva de palmas para os nossos professores!
Temos o enorme prazer de chamar ao palco dois professores do nosso tempo: um da nossa terra, que acompanhou várias gerações de estudantes e os ajudou a modelar o corpo, dando forma aos músculos, estrutura aos ossos e resistência ao físico;
O outro que, não sendo de cá, sempre manteve contacto connosco e nos privilegiou com a sua presença, nos diversos  encontros que fomos fazendo, ao longo dos anos, e que nos ensinou a origem e o sentido das palavras e as regras da linguagem em vários idiomas falada.
Chamamos ao palco o Sr. Prof Joaquim Amaral de Pinho e o Sr. Dr. Iesus Heráclito Gomes




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